Andei a tentar começar um blogue de textos que nunca ultrapassassem um parágrafo… Porquê? Porque queria escrever mais, escrevendo menos… Queria treinar a brevidade (que é um talento que me escapa). Mas não dá: fico arrepiado com aqueles blocos de texto denso e só me apetece carregar no Enter e dividi-los em parágrafos. As linhas em branco, os espaços que deixam os olhos descansar…
Não é um alívio? Não é muito mais agradável ler um texto bem dividido?
Estou convencido de que sim.
Isto porque os textos são mais do que palavras: também são tinta e papel e espaço em branco — ou pontos negros em luz branca no ecrã dum telemóvel.
E a verdade é que a maneira como dividimos os textos, o tipo de letra que escolhemos, as imagens com que ilustramos aquilo que escrevemos — tudo é forma de chegar ao leitor, de melhorar a leitura… No fundo, de escrever melhor.
Não estou a dizer que faço isso bem aqui neste blogue. Longe de mim tal presunção! Mas uma coisa garanto: preocupo-me com o assunto, preocupo-me com o lado carnal da escrita (se assim podemos dizer) — e acho que isso já é um primeiro passo para dar prazer aos leitores.
Outra aventura dos últimos dias tem sido a divulgação do novo livro. Andei na Antena 3 a falar desta história que é incrível e é secreta — e acabei a falar de muita coisa e pouco do livro, mas é o que acontece quando se conversa em directo. Foi uma conversa com muito riso.
(Quem achou que eu falei pouco pode ouvir uma outra conversa com o Alvim há uns quantos meses, sobre o outro livro: «Como perdi a inocência (e outros segredos da língua» Dessa vez, falei que me desunhei.)
Uma nota final neste artigo cheio de espaços em branco: algumas pessoas vieram ter comigo pedindo uma outra forma de aproveitar o pré-lançamento do livro, já que por esta ou aquela razão não conseguem usar o site da editora. Assim, quem quiser aproveitar o desconto de pré-lançamento d’A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa (só durante esta semana) pode também preencher o formulário abaixo. Será depois contactado por e-mail, pela editora, com os dados para pagamento da oferta de lançamento do livro.
Obrigado!
Tenho a mesma preocupação em partir os chamados muros de texto em parágrafos com espaço entre eles.
Faz-me perder mais tempo do que devia, principalmente a escrever emails, mas tal como na culinária não basta o texto ser delicioso, a apresentação também é importante para o leitor querer lê-lo.
Estou convencido de que sim.
(estas preposições que vamos alijando…)
Obrigado! Já corrigi.