Já andámos na senda das palavras portuguesas que foram roubadas pelos ingleses, pelos espanhóis, pelos japoneses…
Hoje é dia de vermos cinco exemplos (entre muitos outros) de palavras francesas que tiveram origem por estas bandas, os chamados lusitanismes:
- Albatros. Curiosamente, tal como em inglês, o nome francês deste pássaro tem origem portuguesa. Lembra-nos as viagens marítimas de antanho, quando os Portugueses descobriram pássaros e plantas… [Nota: ver comentário abaixo de Fernando Venâncio.]
- Bambou. Uma dessas plantas foi esta mesma, o bambu. Lá trouxemos o nome da planta e emprestámo-lo aos franceses, que apenas se atreveram a substituir o nosso “u” pelo “ou” deles.
- Baroque. Algum tempo depois dessas descobertas que nos trouxeram tantas palavras novas, estávamos já embrenhados em construir igrejas deste estilo cujo nome emprestámos ao povo que, entretanto, começou a ser a luz das elites portuguesas…
- Caste. Por falar de extractos sociais, temos as castas. Também essa palavra emprestámos aos franceses, provavelmente por termos andado a descobrir o caminho marítimo para o país onde estas são parte da vida.
- Fétiche. E, por fim, este fenómeno curioso: esta palavra francesa que nós importámos tem, por sua vez, origem portuguesa (vem de “feitiço”). As palavras são assim, andam sempre a vadiar…
A questão do ALBATROZ é um pouco mais complicada. A primeira documentação em português é de 1815 (a castelhana é um pouco mais tardia). A palavra veio-nos do ingl. ALBATROSS (1672), provavelmente pelo fr. ALBATROS (1748).
Acontece que estes derivaram do cast. ALCATRAZ (1386), proveniente do árabe. A primeira atestação portuguesa é de 1526.
Em princípio, é de aconselhar cautela com listas deste tipo (na Wikipedia ou não), frequentemente feitas por ‘curiosos’.
Caro Fernando, muito obrigado pelo esclarecimento (e pelo aviso). Irei reformular o post logo que consiga pôr as mãos num computador (estou a comentar num telemóvel).
Caro Marco, eu também sou regularmente vítima de ‘informações’ assim. Uma pessoa não pode ir verificar tudo. E há aquele mecanismo de “querermos que seja verdade”, porque nos lisonjeia tanto.
Não esquecendo também a palavra : JARDIM (jardin), de origem portuguesa.