Há muitas pessoas que estão sempre a pensar nos erros de português (dos outros). Tanto que se esquecem de ouvir o que os outros estão a tentar dizer.
Em honra desses enervados da língua, deixo as únicas três sugestões que garantem um português sem erros (e mesmo assim não sei):
- Não falar e não escrever.
- Falar sempre em inglês (ou noutra língua à escolha).
- Falar com guião, depois de mandar rever por duas ou três pessoas.
Vá, deixem-se lá de obsessões pouco saudáveis…
Quer isto dizer que não me preocupo com os erros?
Claro que me preocupo!
O que digo é isto: devemos dar mais importância aos nossos erros e um pouco menos aos dos outros.
Há excepções: os revisores são pagos para se preocuparem com os erros dos outros. Os professores têm como uma das suas muitas funções ensinar a evitar erros. Mas, tirando esses honrosos casos, andar para aí a apontar erros a torto e a direito não ajuda ninguém.
Mas há pior: há quem consiga andar sempre a queixar-se dos erros dos outros e não consiga escrever uma frase seguida sem erros (haverá perdão?). Pior ainda: há quem ande por aí a acusar os outros de erros que não existem. Mas desses já tenho falado muito por aqui. Vou deixá-los descansar só hoje.
Ora, espero que me permitam este atrevimento. Proponho alguns princípios para lidar de forma mais saudável com os erros de português:
- Dar mais importância aos nossos erros do que aos erros dos outros. (Rever os nossos textos, mas ler os textos dos outros.)
- Quando o erro for óbvio, corrigi-lo em privado (a outra pessoa agradecerá, se for esperta).
- Não inventar erros (em caso de dúvida, pesquisar antes de acusar alguém).
- Aceitar que, por vezes, a língua permite várias construções semelhantes sem que uma esteja necessariamente errada.
- Nunca deixar de escrever por medo de errar.
Por último: podemos tentar ouvir os outros com algum respeito, mesmo que falem com erros.
O português é importante, mas as pessoas ainda são mais.
(Então e como dar menos erros? Bem, já aqui dei algumas ideias.)
“O português é importante, mas as pessoas ainda são mais.”
Pois é.
Quem respeita as pessoas também respeita a língua … (Não há língua sem pessoas penso eu..) mas talvez o inverso não seja verdadeiro!
De qualquer maneira a língua é um organismo vivo e pode ser abanada que não é por isso que deixa de ser o que é …
Acho que a sua frase se pode aplicar a tudo: primeiro a pessoa e depois o resto. Parabéns pelo blogue. Acho sempre interessante.
Muito obrigado! Sim, é uma grade verdade: não há língua sem pessoas.
Tudo o que escreve é interessante dos pés à cabeça!! Atrai-nos e prende-nos!!
Não pare nunca!!
Parabéns!!
Muito obrigado, cara Virgínia!