Ora bem, esta semana, para a crónica que escrevo no Sapo 24, escolhi estas sete palavras:
- Javali
- Trump
- Portugal
- Vacinas
- Amigos
- Ironia
Será que consegui uma crónica com sentido? Diga-me o leitor.
Agora vou fazer algo que não deixa de ser estranho: vou citar não a crónica, mas um parágrafo que cortei ao rever o texto.
«E o que dizer àqueles escritores que nos asseguram que os leitores, há umas décadas, percebiam sempre a ironia — hoje é que não? Ora, deixem-me lá propor uma teoria que talvez seja um tanto ou quanto arriscada: os leitores liam os livros, mas deixavam os comentários para si (ou escrevinhavam qualquer coisa nas margens). Ou seja, o escritor podia passar a vida inteira sem se dar conta de como a ironia daquela passagem em particular, tão óbvia para os dois amigos que leram o livro antes da publicação, passava completamente ao lado da maioria dos leitores. Hoje, o mesmo escritor escreve um pequeno texto no Facebook e vê então, nos comentários, como a ironia é mais difícil de ler do que parecia.»
Quem quiser ler os parágrafos que sobraram da minha fúria cortadora, pode encontrá-los nesta página.
As pessoas já eram idiotas e intolerantes antes do Facebook e já partilhavam idiotices por essa internet fora (Chain Mails Anyone?).
Simplesmente essa ferramenta deu uma voz maior a esses idiotas e intolerantes.
Aqui à dias coloquei um pequeno filme de uma determinada obra que está a ser feita na minha zona. Tive gente a gostar e a dizer que estava a ir bem e tive gente a dizer que os da câmara são todos uns ladrões e que o partido xxxx é composto de malandros (palavra muito mais suave que a usada).
Apaguei a porra do post antes que me passasse dos carretos e desatasse a distribuir chapadas virtuais….