Há quem se considere um leitor sistemático, daqueles que têm listas de livros por ler e seguem religiosamente os seus planos quinquenais de leitura.
Admito que há vantagens nessa técnica — mas, no meu caso, os grandes prazeres da leitura são, quase sempre, fruto do maldito jogo de sorte e azar que é, quase todos os dias, a nossa complicada vida.
Ainda ontem li uma pequena crítica sobre um livro italiano traduzido para inglês: Seven Brief Lessons on Physics, de Carlo Rovelli.
A crítica chamou-me a atenção porque é um livro italiano traduzido para inglês por um poeta e uma tradutora (Simon Carnell e Erica Segre), combinação já por si curiosa, mas ainda mais intrigante por ser este um livro sobre Ciência (mais propriamente, sobre Física).
Sou um mero trabalhador das Letras e, por isso, nem me devia interessar pela Ciência (dizem as más línguas) — mas a verdade é que não consigo afastar-me desse meu outro amor. Ter um par tradutor-poeta a traduzir um cientista parece-me uma provocação que, só por si, me põe com água na boca para comprar o livro (mais ainda porque a crítica era extraordinariamente positiva).
Ora, a verdade é que fiquei com vontade de o ler, mas vontades há muitas e livros ainda mais. Fiquei com o nome a pairar nos meus olhos, mas não andei à procura do livro e a água na boca não foi de tal ordem que me levasse a abrir o site da Amazon para mandar vir a tal preciosidade.
Pois, não é que hoje, enquanto dava uma olhadela pelas estantes de literatura inglesa da Fnac do Colombo, encontro o tal livro, como cientista perdido no meio de escritores, ali a chamar a atenção com a sua humilde lombada?
Vejam se o encontram:
Quem pode resistir a tal coincidência? Um livro que fugiu da sua estante para me chamar atenção a mim… Não consegui evitar pegar nele. Agora, aqui está, ao lado do meu computador, à espera que acabe o dia de trabalho para o atacar sem dó nem piedade.
Estava mesmo a chamar por ti. Fizeste bem em levá-lo contigo. E espero que gostes de o ler 🙂