O livro Doze Segredos da Língua Portuguesa anda em digressão. Até já chegou onde eu nunca fui, mas desta vez vou com ele: a Santiago de Compostela, pois então.
Quem já leu o livro saberá que a Galiza tem um segredo só para ela e, por isso, é um grande prazer e uma honra apresentar os Doze Segredos lá bem a norte.
Assim, esta quinta-feira, pelas 20h (19h em Portugal), estarei na livraria Lilith-Ciranda. A página do evento está aqui. Vá, ponham-se à estrada: Santiago é já aqui!
Comigo, vão estar o José Ramom Pichel e o Valentim Fagim. Ainda hoje disse o José Ramom que são dois galegos duma cidade onde existe o bairro de Peniche… E o autor vem de Peniche. Está tudo ligado, é o que é!
Já agora, o Valentim fez-me uma entrevista há uns dias, que está no Portal Galego da Língua. Fica aqui um excerto, como deixa para a apresentação do livro:
Acho que me estou a repetir, mas isto é importante — é um facto indesmentível que brasileiros, galegos e portugueses falam qualquer coisa de muito próximo. Olhando para o galego, é certamente a língua mais próxima do português. Aliás, há tempos vi um mapa que tentava mostrar graficamente a proximidade lexical das várias línguas europeias, com uma linha menor ou maior conforme a distância entre cada língua — e o português e o galego eram dos poucos pares de línguas em que não conseguíamos ver linha nenhuma: a distância era mínima! (O mapa está aqui.)
No meu livro, tentei insistir nessa proximidade tanto no que toca ao galego como ao português do Brasil. Tentei dizer que o português do Brasil não nos faz mal: podemos ler livros brasileiros, podemos ver televisão em português do Brasil, podemos conversar à vontade. Não faz mal nenhum! Parece um absurdo dizer isto, porque parece óbvio, mas a verdade é que há quem tenha medo. Ora, também digo o mesmo em relação ao galego: oiçam essa língua curiosa que está aqui ao lado, oiçam os nossos vizinhos que falam de forma tão parecida com a nossa. Se fizerem isso, estarão a olhar para a história da nossa língua, porque esta nasceu entre o Norte e a Galiza. Reparem neste povo que fala qualquer coisa que tem muito de nós. Não digo que o galego e o português sejam a mesma língua (nem me compete a mim dizer tal coisa). Digo apenas que, olhando para a língua, estamos muito próximos uns dos outros. Para muitos, é uma surpresa: é como encontrar um irmão gémeo que não conhecíamos…
(Depois do evento…)
Os Doze Segredos lá foram à Galiza, e eu com eles (e ainda a Zélia, a Clara e o Simão, que isto onde vai um português, vão logo dois ou três).
Não gosto de exagerar nas palavras, mas a verdade é que a recepção de ontem, em Santiago, na livraria Lili-Ciranda, ultrapassou todas as minhas expectativas.
Muito obrigado ao José Ramom Pichel e ao Valentim Fagim, que apresentaram o livro, e a todos os que encheram a livraria. (E obrigado à Ciranda, claro!)
Foi uma sessão com muitas e boas perguntas, muito diálogo e boa disposição — e acabámos em excelente conversa e boa comida na Taberna da República do Couto Mixto, ali bem perto.
Fui tão bem recebido que mal posso esperar para voltar à Galiza. E não há-de demorar assim tanto…
Acho que este convite ,para além de ser uma hora para si.é também uma honra para nós portugueses.