Há quem se queixe muito dos anglicismos e outras invasões da língua portuguesa, mas o certo é que as línguas nunca foram e nunca serão compartimentos estanques. Andam sempre a entornar palavras umas nas outras.
O inglês, por exemplo, veio cá buscar umas quantas palavras. Podem ler uma extensa lista aqui, mas fiquem com estes sete exemplos:
- Zebra. A nossa amiga zebra é portuguesa, com certeza. Quer dizer, não será portuguesa, que por cá não há muitas, mas o nome que os ingleses lhe dão veio da nossa língua, que andou por aí a explorar o mundo e a descobrir animais. Não só a zebra, mas também o…
- Mosquito. No fundo, é uma pequena mosca, um mosquito, e assim ficou em português, em inglês — e em espanhol… Há que dizer que há muitas palavras cuja origem ibérica se torna difusa: tanto podem ser de origem portuguesa como espanhola. Sei que isto pode doer a algumas pessoas mais dadas a separações muito marcadas, mas não partilhamos uma península só porque sim.
- Albatross. Voltando aos animais, temos este belo pássaro cujo nome é português, mesmo quando falamos inglês.
- Fetish. Quem diria?… O fetiche inglês veio do fétiche francês, que por sua vez veio do feitiço português. Curiosamente, o fétiche francês também foi devolvido ao português, com outro significado.
- Auto-da-fé. Esta é uma palavra inglesa de origem portuguesa que nos pode embaraçar, o que nos leva a outra das palavras inglesas de origem ibérica…
- Embarrass. Já sabemos que embaraçar pode ser um falso amigo espanhol. Os ingleses, por seu turno, vieram cá roubar e não lhe mudaram o significado.
- Verandah. Já neste caso, a língua inglesa copiou a nossa palavra, mas deu-lhe um twist: a verandah inglesa é o nosso alpendre.
Há outras? Claro que sim: mas estas sete são muito curiosas…
O meu velho Eckersley and Eckersley identifica mais estas palavras de origem portuguesa:
– Port (wine)
– marmalade
– tank
– buffalo
– parasol
– caste
– firm
– banana
– negro.
Muito obrigado!
Julgo que há mais uma: “palaver de “palavra””
Eu acrescentaria COBRA, que em inglês se refere à naja indiana, e PIRANHA.
Zebra foi a designação dada pelos descobridores em Africa, porque havia cá na época um equídeo com a pelagem listrada que se designava por Zebro, e do Zebro passou a Zebra. Entretanto o Zebro extinguiu-se e foi esquecido por muitos mas não por todos.
Segundo soube o Zebro era predominante no norte de Portugal, na região transmontana.
Os Zebros são os portos dos Cavalos do Sorraia, toponímia relacionada com o rio do mesmo nome, afluente do Tejo e que banha Coruche e Benavente, por exemplo. Longe de ser transmontano, os Zebros que Duarte Lopes, ribatejano, conhecia e associou ao que viu n região do Cabo da Boa Esperança quando no século XVI por lá passou.
Verandah veio de varanda, que não é exatamente sinônimo de alpendre, não, ao menos, em todos os lugares. Na minha região, chama-se alpendre somente às varandas cobertas à frente da casa.
Ha estudos linguísticos nos E.U.A que, no ano de 2045 até 2050, e, não mais tardar, que metade da população da terra do Tio Sam, estarão falando duas línguas. O inglês e o Espanhol. Não por comodismo, mas sim pela imposição de invasões de seres humanos chegados do México até à Argentina, ou seja toda América do Sul. Assim, o português, pegará uma carona com a língua espanhola sua prima de nascença.
Na Espanha são falados vários idiomas: Galego, Basco, Castelhano, Catalão, etc. , portanto não só o Castelhano é Espanhol, mas o Galego é Espanhol, o Basco é Espanhol, o Catalão é Espanhol, etc. Afinal como se sentem os espanhóis falantes de outros espanhóis quando são ignorados e até obrigados a engolir a imposição do Castelhano como “o idioma Espanhol”. Como se sabe, nem todos os países hispano-americanos referem-se ao seu idioma como “o Espanhol”, mas como o que ele é, “o Castelhano”, por exemplo a Argentina.
” Véranda” em francês, também de origem portuguesa, corresponde à nossa marquise, isto é varanda envidraçada e coberta. A marquise em França é diferente, uma espécie de alpendre uma cobertura em cima de uma entrada, por vezes de ferro e vidro. As palavras viajam e, por vezes, mudam de significado.
Lindo obg ,fiquei a saber o que não sabia muito bom.