Às vezes parece que não. Entre blogues e redes sociais, parece que ninguém convence ninguém — e andamos a falar só para quem já concorda connosco. Ainda nos arriscamos a ficar mal-vistos só porque não dizemos aquilo que os nossos amigos virtuais acham que é óbvio e decente e tudo o mais. Depois, somos tantos a escrever que me parece inevitável repetirmos aquilo que muitos já disseram (este parágrafo, por exemplo, repete lugares-comuns que por aí se dizem sobre o que se escreve em blogues e redes sociais…).
É verdade. Mas às vezes lá aparece um comentário ou outro que nos leva a pensar que isto até vale a pena, apesar de tudo.
Há poucos dias vi um comentário sobre a fraca qualidade das traduções de documentários. A autora (que vim a saber ser tradutora) chamava os seus colegas de “tradutores”, com umas aspas bastante expressivas.
Ora, nada tendo contra críticas fundamentadas ao trabalho seja de quem for, julgo que não faz mal explicar melhor todas as condições em que traduções e legendagens se fazem, para que a avaliação seja mais rigorosa e menos dada ao exagero e ao ataque pessoal.
Comentei então o comentário com uma ligação para um artigo que escrevi vai para um ano sobre este assunto.
Pois a partilha mereceu alguns comentários, incluindo este:
Fiquei muito contente, claro está. Parece que, afinal, é possível mudar levemente a visão geral de alguém sobre um determinado tema.
Já quanto à tradução, penso que também é assim, explicando de forma detalhada aspectos detalhados da nossa profissão, que vamos melhorando a imagem que o mundo da tradução tem por aí.
(Agora, claro, é preciso pensar também no mais difícil: como evitar os tais erros que, de facto, aparecem nas legendas?)